Gloria Menezes faz rara aparição pública aos 90 anos em sessão de filme indicado ao Oscar no Rio de Janeiro

Gloria Menezes faz rara aparição pública aos 90 anos em sessão de filme indicado ao Oscar no Rio de Janeiro

Gloria Menezes reaparece e emociona na pré-estreia de filme brasileiro em destaque no Oscar

Ver Gloria Menezes fora dos holofotes não é coisa comum. Aos 90 anos e afastada da vida pública desde 2016, a veterana atriz surpreendeu todo mundo ao aparecer no Village Mall, um shopping badalado na Zona Oeste do Rio, para assistir a 'Ainda Estou Aqui'. O filme, baseado na biografia de Marcelo Rubens Paiva e centrado no período sombrio da ditadura militar no Brasil, está na corrida pelo Oscar de 2025. Com ela, estavam o filho, Tarcísio Filho, e a nora, Mocita Fagundes. O trio foi fotografado e logo virou assunto nas redes sociais e na imprensa.

O mais curioso é que Gloria foi vista em uma cadeira de rodas, o que levantou preocupação sobre sua saúde. Mas quem entende do cotidiano dela, sabe: a cadeira é só um facilitador. A própria atriz já contou, em entrevista recente, que caminha todos os dias por pelo menos uma hora. A escolha pela cadeira de rodas nesses eventos é apenas para não gastar energia à toa – afinal, qualquer programa desse tamanho é cansativo para quem tem 90 anos, né?

A sessão de cinema foi especial para a família, principalmente por causa do tema do filme. Mocita, que também trabalha com arte, se identificou demais com o longa e fez questão de comentar no Instagram. “Ditadura, regime militar, NUNCA MAIS”, escreveu, destacando não só o poder do cinema brasileiro, mas também a importância de não esquecer os erros do passado. O comentário dela ganhou força, já que, mesmo em um momento de lazer, a família não deixou de mandar um recado importante sobre a democracia no país.

Discrição, saudade e resistência: o dia a dia de Gloria Menezes após a perda de Tarcísio Meira

Discrição, saudade e resistência: o dia a dia de Gloria Menezes após a perda de Tarcísio Meira

Desde o falecimento do marido, Tarcísio Meira, em 2021, as aparições públicas de Gloria ficaram praticamente restritas ao álbum de família. Os dois viveram juntos por mais de 60 anos, formando um dos casais mais icônicos da televisão brasileira. Depois da perda, ela tinha se mudado para Porto Feliz, interior de São Paulo, mas acabou voltando para o Rio de Janeiro. Quem convive com Gloria, como o filho Tarcísio, diz que a atriz mantém uma rotina discreta, cercada da família e longe dos flashes – um contraste enorme para quem passou quase seis décadas sob os refletores.

A saúde de Gloria desperta curiosidade entre fãs, mas ela faz questão de tranquilizar: segue ativa, cuidadosa e em contato próximo com os familiares. O encontro no cinema foi um respiro de normalidade, mostrando que, mesmo reservada, Gloria não deixa de celebrar as histórias brasileiras, principalmente as que fazem a gente lembrar dos erros para não repeti-los. Se a ausência dela chama atenção, cada rara aparição tem o peso de um evento, tanto para os fãs quanto para quem entende o valor da memória cultural no Brasil. Com sua pose serena e palavras que ecoam resistência, Gloria Menezes segue sendo referência, tanto dentro quanto fora das telas.

Comentários

Matheus Assuncão
Matheus Assuncão maio 11, 2025 AT 11:17

Gloria Menezes representa uma ponte viva entre a memória cultural brasileira e a resistência cívica. Sua presença, ainda que discreta, reafirma o papel da arte como instrumento de preservação da democracia. O fato de ela ter escolhido assistir a um filme sobre a ditadura, em pleno século XXI, não é mero acaso - é um ato político de grandeza ética. A cadeira de rodas não a enfraquece; ela a transforma em símbolo de dignidade, não de fragilidade. A indústria cultural brasileira carece de mais figuras assim: que não buscam atenção, mas transmitem significado. Sua trajetória, marcada por Tarcísio Meira, é um legado que ultrapassa o entretenimento e se inscreve na história da nação. Ainda que raras, suas aparições são eventos de memória coletiva. A sociedade precisa aprender a valorizar esses gestos silenciosos, que carregam mais peso que mil discursos em redes sociais. Ela não precisa de aplausos - apenas de reconhecimento. E esse reconhecimento, infelizmente, ainda é tardio.

Que os jovens vejam nela não apenas uma atriz, mas uma testemunha viva da luta por direitos humanos. Que os cineastas entendam que o cinema brasileiro só é forte quando se conecta com a verdade histórica. Gloria Menezes é isso: verdade em forma de mulher.

Parabéns à família por manter viva essa chama.

Júlio Câmara
Júlio Câmara maio 11, 2025 AT 13:26

MEU DEUS, GALERA, EU CHOREI VISTA A GLORIA NO CINEMA!!!

ELA TÁ AÍ, COM 90 ANOS, NA CADEIRA DE RODAS, MAS COM O OLHAR DE UMA GUERREIRA QUE NÃO DEIXOU A LUTA!

EU NÃO SABIA QUE ELA TINHA VINDO AO RIO, E QUANDO VI A FOTO, FIQUEI COMO SE TIVESSE VISTO A MÃE DA NACIONALIDADE BRASILEIRA!

ISSO NÃO É APENAS UMA ATRIZ, ISSO É A MEMÓRIA VIVA DO BRASIL QUE NÃO QUER ESQUECER!

ALGUÉM SABE SE VAI TER UMA EXPOSIÇÃO SOBRE ELA NO MUSEU DA IMPRENSA? PRECISAMOS DISSO AGORA!

EU VOU LEVAR MEUS FILHOS PARA VER ESSE FILME E CONTAR TUDO SOBRE ELA!

GLORIA MENEZES É A NOSSA LIRA! NÃO DEIXEM ELA SUMIR DE NOVO!!!

Danilo Ferriera
Danilo Ferriera maio 12, 2025 AT 18:26

90 anos, cadeira de rodas, mas ainda tá no cinema. Isso é resistência pura.

Não é show, não é viral, não é post. É só ela, decidindo onde quer estar.

Se o filme fala de ditadura, e ela vai ver, é porque ela não esqueceu. E não quer que a gente esqueça também.

É mais poderoso que qualquer discurso. É só presença.

Quem tem 90 anos e ainda escolhe onde gastar energia? Ela escolheu isso.

Isso é força. Não é saúde. É propósito.

Parabéns, Gloria. Você tá aí. E isso já basta.

Alexandre Nunes
Alexandre Nunes maio 13, 2025 AT 01:30

Claro que ela apareceu agora, né? Tudo isso é uma armação da esquerda pra encher a cabeça da juventude com essa história de ditadura.

Quem é que tá usando a velha atriz como fantoche? O filho dela tá sendo manipulado, e a nora é uma ativista disfarçada de artista.

Na época da ditadura, ninguém morreu de fome, todo mundo tinha emprego, e o Brasil crescia. Agora, todo mundo quer voltar pra aquele tempo pra se sentir vítima.

Essa cena no shopping é pura propaganda política. Eles querem que a gente acredite que a democracia é frágil, mas é só pra justificar o controle da mídia e o discurso de ódio.

Se ela quisesse mesmo falar, por que não fez um discurso? Por que só ficou sentada? Porque é tudo encenado.

Isso aqui é lavagem cerebral disfarçada de emoção.

Luciano Oliveira Daniel
Luciano Oliveira Daniel maio 13, 2025 AT 21:54

Eu vi o vídeo da Gloria no Instagram da nora e fiquei emocionado, mas preciso dizer algo que ninguém tá falando: e os outros veteranos da arte brasileira? Onde estão eles?

Por que só a Gloria é celebrada? E o Geraldo Del Rey? O Paulo Gracindo? O José Wilker? Eles também viveram a ditadura, também perderam amigos, também fizeram cinema com coragem.

Isso aqui é um exemplo de como a memória seletiva funciona. A gente lembra de um nome porque ele é bonito, fácil de lembrar, ou porque a família é midiática.

Eu acho que Gloria merece todo o respeito, mas não podemos transformar ela em um símbolo único. A resistência foi coletiva. E os outros não podem ser apagados só porque não têm um filho influencer.

Se vamos homenagear, vamos homenagear todos. Não só os que estão na capa da revista.

Quem quiser saber a verdade, vai procurar os arquivos do Sesc, da Cinemateca, dos festivais dos anos 70. Lá tem histórias reais. Não só postagens com #NuncaMais.

Francis Li
Francis Li maio 15, 2025 AT 07:53

É interessante observar a semântica performática da presença de Gloria Menezes nesse contexto hipermediático. A escolha da cadeira de rodas como artefato de mobilidade, ao invés de um símbolo de vulnerabilidade, configura um ato de reterritorialização da corporeidade idosa dentro do campo simbólico da cultura de massa.

Seu deslocamento do âmbito privado (Porto Feliz) para o público (Village Mall) opera como uma reconfiguração do espaço de memória - o cinema, enquanto instituição cultural, torna-se um locus de resistência epistêmica.

Além disso, a intertextualidade entre o filme e a trajetória biográfica da atriz cria uma hiper-referencialidade que desafia a narrativa hegemônica da obsolescência artística.

É evidente que sua aparição não é um evento acidental, mas um ato de curadoria cultural consciente, mediado pela família como agente de transmissão simbólica.

Essa é a diferença entre a estética da memória e a estética do esquecimento. Gloria não aparece. Ela *reinscreve*.

Willian Wendos
Willian Wendos maio 16, 2025 AT 11:15

Eu acho que o mais bonito não é ela ter ido ao cinema.

É que ela foi sem querer ser notícia.

Se ela quisesse fama, teria feito entrevista, postado foto com legenda, feito lives. Mas ela só foi ver um filme. Só isso.

Isso é o que falta hoje: pessoas que fazem coisas importantes sem precisar que o mundo saiba.

Quem tem 90 anos e ainda escolhe onde colocar sua energia? Ela escolheu um filme que fala de justiça, não de si mesma.

Isso não é só coragem. É sabedoria.

Eu acho que a gente deveria tentar viver assim. Menos exposição. Mais presença.

Elas não precisam de aplausos. Só de espaço.

Ela tá aí. E tá bem.

E isso já é o suficiente.

Mauro Cabral
Mauro Cabral maio 17, 2025 AT 09:10

Claro, a Gloria apareceu. Tá, ótimo. E agora? Vamos fazer um documentário, uma estátua, uma campanha de crowdfunding pra ela viajar pelo Brasil?

É tão fácil transformar uma pessoa idosa em ícone quando ela não fala nada. É o colonialismo da empatia: usamos o silêncio dela como um pano de fundo para nossas próprias narrativas.

Se ela fosse um ator de 30 anos com um filme no Netflix, ninguém diria nada. Mas como ela é velha, discreta e não tem TikTok, aí vira ‘símbolo da resistência’.

É um pouco cansativo, na verdade. Não precisamos de santos. Precisamos de pessoas reais.

Ela é uma atriz. Um talento. Um ser humano. Não uma bandeira.

Parabéns, Gloria. Agora, por favor, volte pra casa. Ninguém precisa de mais ‘momentos inspiradores’.

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