Se você já ouviu falar que dá para comprar carro, imóvel ou até equipamentos de empresa por preços bem abaixo do mercado, provavelmente o assunto era leilão judicial. É um processo oficial, obrigatório quando alguém tem dívida e seus bens são penhorados. Mas, ao contrário do que parece, não é um bicho de sete cabeças.
Primeiro, o juiz autoriza a venda dos bens para quitar a dívida. Depois, um leiloeiro (pode ser oficial ou empresa privada) anuncia o lote, define a data e publica o edital. Quem quiser participar precisa se cadastrar, ler o edital com atenção e garantir o pagamento do sinal, que costuma ser 10% do lance. No dia da disputa, quem oferecer o maior valor leva o bem, mas tem que pagar o restante em poucos dias.
Os leilões são divulgados em sites de tribunais, em plataformas especializadas como Leilões BR e nos próprios sites de leiloeiros. Existem três categorias principais: imóveis (casas, apartamentos, terrenos), veículos (carros, motos, caminhões) e bens móveis (máquinas, móveis de escritório, estoque). Cada tipo tem regras específicas, por exemplo, imóveis exigem registro no cartório após a arrematação.
Para quem está começando, a dica de ouro é filtrar os lotes pelo valor de avaliação e comparar com o preço de mercado. Se o bem estiver muito abaixo do valor real, pode ser uma oportunidade real; se estiver próximo, talvez o risco não compense.
Outra prática importante é visitar o bem antes do leilão, quando possível. Muitos leiloeiros permitem inspeções presenciais ou enviam fotos detalhadas. Se o imóvel estiver com dívidas de IPTU, por exemplo, esse custo cai sobre o comprador e precisa estar no cálculo.
Se o leilão for online, fique atento ao horário de fechamento e à internet estável. Lances simultâneos podem acontecer em segundos, então prepare seu valor máximo antes de entrar na sala virtual.
Depois de arrematar, o próximo passo é a documentação. No caso de veículos, você precisa transferir o título e pagar o DPVAT e o licenciamento. Para imóveis, o cartório registra a transferência e o comprador assume as despesas de escritura e registro.
Um ponto que costuma surpreender iniciantes é a necessidade de pagar a taxa do leiloeiro, que varia de 2% a 5% do valor do lance. Esse valor não está incluído no preço do bem e deve ser considerado no orçamento.
Pronto para participar? Comece criando uma conta em uma plataforma confiável, baixe o edital do lote que te interessa, calcule todos os custos (sinal, taxa, impostos) e defina o valor máximo que está disposto a pagar. Não se deixe levar pela emoção do momento; mantenha a disciplina e saia do leilão se o lance ultrapassar seu limite.
Leilão judicial pode ser a porta de entrada para quem quer economizar e ainda investir em ativos reais. Com atenção aos detalhes e seguindo essas dicas, você aumenta suas chances de fechar um bom negócio sem surpresas desagradáveis.
por Gustavo Tibaná
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A mansão do ator Mário Gomes foi leiloada por R$ 720 mil devido a dívidas judiciais, significativamente abaixo de seu valor de mercado de R$ 20 milhões. Gomes alega que a venda aconteceu devido a falhas de seu antigo advogado e criticou o processo judicial.
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