Se você já ouviu falar que dá para comprar um apartamento ou casa por muito menos do que o preço de mercado, provavelmente o assunto era leilão de imóveis. Esse tipo de negociação pode ser uma chance real de economizar, mas também traz alguns riscos. Aqui eu explico como funciona, o que observar e quais estratégias usar para não sair no prejuízo.
Primeiro, entenda que o leilão não é um leilão de arte ou de carros. Ele costuma acontecer quando o proprietário não paga dívidas – como impostos, condomínio ou financiamento – e o credor (geralmente um banco) decide vender o bem para recuperar o dinheiro. A venda é feita em sessão pública, presencial ou online, e o maior lance leva o imóvel.
Antes de entrar na disputa, o interessado recebe um edital. Nesse documento constam o valor mínimo (lance mínimo), a forma de pagamento (geralmente à vista) e as condições específicas, como a necessidade de pagar a comissão do leiloeiro. É essencial ler cada detalhe, porque falta de atenção pode gerar surpresas desagradáveis depois.
1. Visite o imóvel: se possível, vá ao local antes do leilão. Assim você vê o estado de conservação, possíveis reformas e saberá se vale a pena. Se a visita não for permitida, peça a um profissional que faça uma inspeção.
2. Cheque a documentação: verifique se não há pendências que não foram incluídas no edital, como processos judiciais ou dívidas de IPTU anteriores. Uma pesquisa no cartório de registro de imóveis pode evitar dor de cabeça.
3. Defina um limite: estabeleça quanto você está disposto a pagar e não ultrapasse esse valor, mesmo que a disputa esquentar. Lembre‑se que o lance mínimo já inclui custos como comissão e imposto de transmissão.
4. Prepare o dinheiro: a maioria dos leilões exige pagamento à vista ou em até 48 horas após o arremate. Tenha a quantia disponível ou um fornecedor que garanta o financiamento rápido.
5. Analise o potencial de revenda: calcule o custo total (valor do arremate + reformas + taxas) e compare com o preço de mercado. Se o imóvel ainda precisar de obras, inclua esse gasto no seu orçamento antes de fechar.
Além das dicas, vale observar que alguns leilões são “judiciais” (decorrentes de processos na justiça) e outros “extrajudiciais” (realizados direto pelo credor). Os judiciais costumam ter mais burocracia, mas às vezes oferecem oportunidades melhores, pois o credor está mais motivado a vender rápido.
Se o seu objetivo é revender rapidamente, procure por imóveis em áreas que já têm alta demanda, como bairros em desenvolvimento ou próximo a linhas de transporte. Por outro lado, se a ideia for morar, priorize a localização que combine com seu estilo de vida e que tenha boa infraestrutura.
Por fim, não ignore o suporte de um advogado ou consultor especializado em leilões. Eles ajudam a interpretar o edital, a lidar com a escritura e a garantir que o imóvel saia livre de ônus. Esse investimento em orientação costuma pagar mais do que o próprio valor do bem.
Com essas informações, você já tem um panorama claro do que precisa observar antes de participar de um leilão de imóveis. Agora é só escolher o leilão certo, preparar a grana e ficar de olho nos lances. Boa sorte e boas compras!
por Gustavo Tibaná
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A mansão do ator Mário Gomes foi leiloada por R$ 720 mil devido a dívidas judiciais, significativamente abaixo de seu valor de mercado de R$ 20 milhões. Gomes alega que a venda aconteceu devido a falhas de seu antigo advogado e criticou o processo judicial.
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