Ocupação e tensão política escancaram disputa na Câmara
Se você acha que o Congresso vive apenas de discursos, precisa ver o que rolou esta semana na Câmara dos Deputados. Hugo Motta, o atual presidente da Casa, virou protagonista em meio a um clima de guerra: oposição bolsonarista invadindo o plenário, deputados barrando fisicamente o acesso à cadeira da presidência e polícia em alerta na porta. Tudo por causa da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, envolvido em denúncias de tentar um golpe e ameaçado por uma pena que pode chegar a 44 anos de prisão.
Na noite de 6 de agosto de 2025, Motta mostrou que presidência não se faz apenas pelo cargo, mas pela capacidade de contornar crise. Ele foi barrado na porta do plenário por Marcel van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC); Van Hattem chegou até a sentar na cadeira de presidente, comprando briga ao vivo nos corredores. A polícia ficou de prontidão, e Motta não quis saber de acordo: ameaçou suspender o mandato dos que impedissem o andamento dos trabalhos. Só depois de muito bate-boca, Van Hattem deixou o assento presidencial, e Motta conseguiu abrir a sessão já eram quase dez da noite. O presidente fez questão de discursar rápido, batendo na tecla do respeito às instituições, e encerrou o dia sem qualquer votação.
Bastidores de negociações, punições e embate entre poderes
A oposição tentou surfar no caos, anunciando supostos acordos com líderes do PSD, PP e União Brasil para pautar temas explosivos: anistia para "presos políticos" (gente envolvida nos tumultos e manifestações pró-Bolsonaro) e mudanças nas regras do foro privilegiado, um jeito de frear julgamentos pelo Supremo Tribunal Federal. Mas quem representa esses partidos negou tudo à imprensa. Hugo Motta reforçou: ninguém acertou a retomada dos trabalhos em troca de anistia ou mudança no foro. Para ele, ceder nesse ponto seria perder a mão do cargo – e isso, segundo suas palavras, nunca esteve em jogo.
O clima azedou de vez quando Motta pediu o afastamento, por seis meses, de cinco deputados. Entre eles, dois bolsonaristas que bloquearam a entrada na presidência e Julia Zanatta (PL-SC), que viralizou por sentar na cadeira da presidência com sua filha de colo. Camila Jara (PT-MS) entrou na lista por suposta agressão a Nikolas Ferreira (PL-MG), durante o empurra-empurra. O motivo oficial: comportamento contrário ao decoro parlamentar, algo raro de se ver sendo levado até as últimas consequências dessa forma.
No meio da bagunça, a base governista, liderada por Lindbergo Farias (PT-RJ), ficou duvidando das tais promessas de pautar a anistia. O episódio mostrou a fragilidade das alianças e escancarou o fosso entre o Legislativo e o Supremo, especialmente nas decisões do ministro Alexandre de Moraes sobre o caso da tentativa de golpe.
Hugo Motta resumiu tudo em poucas palavras ao fim da ocupação: a Câmara é democrática e liderança se constrói respeitando a Constituição e abrindo espaço para conversa. O caso expôs como, em momentos de estresse, o parlamento ainda luta pelo seu espaço e autonomia – mesmo que, para isso, deputados precisem se enfrentar no grito, na cadeira, ou até levar bronca da Mesa Diretora. Os recados estão dados: embate entre poderes está longe do fim, e as sessões na Câmara prometem novas reviravoltas nos próximos dias.
Comentários
Joarez Miranda agosto 11, 2025 AT 13:00
Motta fez o que todo líder deveria fazer: manteve a calma e botou a Constituição como base. Ninguém precisa de força bruta pra liderar, só de coragem e respeito. 🙌👏
Preta Petit agosto 12, 2025 AT 03:24
essa historia é tudo falso msm a policia nao ta nem ai e o motta ta sendo usado pelos esquerdistas pra prender todo mundo q gosta do bolsonaro e o supremo é um tribunal de ditador
Heitor Melo agosto 14, 2025 AT 02:12
Acho que o mais triste disso tudo é ver que a gente tá perdendo o senso de diálogo. De um lado, gente que acha que invadir o plenário é protesto. Do outro, quem acha que suspender mandato é a única solução. E no meio, a população que só quer saber se o país vai continuar funcionando. Não é só sobre Bolsonaro ou Motta - é sobre a democracia que a gente tá deixando virar show de horrores.
VICTOR muniz agosto 15, 2025 AT 14:42
Essa é a esquerda em ação povo da rua tá sendo criminalizado enquanto esses vagabundos que invadiram o plenário são tratados como heróis Motta deveria ter mandado a PM arrastar todos pra fora e não ficar discursando como se fosse um professor de filosofia
Camila Undurraga agosto 16, 2025 AT 13:28
Julia Zanatta levou a filha pra sessão porque não tinha ninguém pra deixar. Isso não é desrespeito, é realidade. E se o sistema não acolhe mães que trabalham, quem tá errado? Não é ela. E se a presidência não consegue lidar com diversidade, talvez o problema seja a estrutura, não a pessoa.
gabriel miranda da silva agosto 18, 2025 AT 12:27
a verdade é que ninguem ta respeitando ninguem e o motta ta tentando parecer o heroi mas no fundo é só mais um politico que nao quer perder o cargo