Globo celebra Glória Maria com série documental inédita e relatos de grandes nomes

Globo celebra Glória Maria com série documental inédita e relatos de grandes nomes

Glória Maria: a trajetória que redefiniu o jornalismo brasileiro

Nunca se falou tanto em marcas históricas no jornalismo televisivo quanto agora, com a estreia da série documental Gloria na Globo. Trata-se de uma reverência à voz única de Glória Maria, pioneira que atravessou mais de cinco décadas na televisão e ainda inspira gerações nos corredores da redação e nas telas do Brasil. A produção, dividida em quatro episódios e parte dos 60 anos da Globo, vai além das narrativas tradicionais e foca no impacto que Glória trouxe ao jornalismo brasileiro.

Logo nos primeiros episódios, saltam aos olhos imagens de arquivo praticamente inéditas: a primeira transmissão ao vivo de Glória, uma repórter jovem e já afiada, em 1971. Desde essa estreia, ela brilhou em reportagens que viraram referência, como a cobertura internacional da Guerra das Malvinas, quando poucos jornalistas brasileiros haviam sequer colocado os pés naquela região conflagrada. Ao longo da série, mais de 100 países aparecem no roteiro de viagens de Glória — cada destino uma nova perspectiva, seja nos becos de cidades africanas, nos templos asiáticos ou nos bastidores de grandes eventos mundiais.

Depoimentos marcantes e bastidores pessoais

Depoimentos marcantes e bastidores pessoais

O documentário não fica só nos grandes feitos profissionais. Convoca também relatos de quem acompanhou Glória bem de perto. Artistas como Emicida, Djavan, Maria Bethânia, Roberto Carlos e Mano Brown falam sem rodeios sobre como as entrevistas com Glória Maria tinham uma energia especial — a mesma entrega que ajudava a revelar outros lados dos convidados. Nomes do próprio jornalismo como Pedro Bial e Maju Coutinho também entraram na conversa, mostrando como Glória abriu espaço para temas antes esquecidos ou ignorados pela TV aberta.

Entre as participações mais emocionantes estão os depoimentos de Maria e Laura, filhas de Glória Maria. Elas relembram a mãe nos bastidores, longe das câmeras, e ajudam o público a entender o equilíbrio que Glória enfrentou entre as viagens incansáveis e a rotina familiar. É um olhar íntimo que poucos tiveram o privilégio de conhecer, e que agora chega ao público num retrato sensível e humano.

A montagem intercala esses relatos com flashes potentes dos principais marcos da carreira de Glória: de encontros com megastars internacionais até entrevistas que exploravam realidades duras e pouco vistas na programação tradicional. São momentos que ajudam a explicar porque Glória Maria virou sinônimo de reportagem desbravadora. Sem medo de se colocar na linha de frente, ela abriu as portas para temas de diversidade, direitos humanos e perspectivas que nunca haviam encontrado espaço assim na TV brasileira.

A série Gloria é exibida aos domingos, carimbando o aniversário de 60 anos da Globo com uma homenagem de peso a alguém que modificou tanto o modo como o público olha para o jornalismo brasileiro. Uma história contada por imagens, depoimentos intensos e bastidores sinceros — um convite para revisitar o legado de Glória Maria do melhor jeito: ouvindo aqueles que ela inspirou e conhecendo, ainda mais a fundo, sua missão única na televisão.

Comentários

Júlio Câmara
Júlio Câmara abril 19, 2025 AT 21:08

GLÓRIA MARIA É UMA LENDA! 🙌 Quando ela entrou na TV, o jornalismo brasileiro era um bolo sem recheio. Ela trouxe sangue, alma e coragem. Não é só uma repórter, é um fenômeno social. Essa série vai me fazer chorar no domingo, tenho certeza.

Matheus Assuncão
Matheus Assuncão abril 21, 2025 AT 12:06

A cobertura da Guerra das Malvinas por Glória Maria foi um marco epocal no jornalismo de guerra no Brasil. Sua capacidade de contextualizar conflitos geopolíticos com precisão e humanidade, sem reduzir as vítimas a meros números, estabeleceu um novo padrão ético para a imprensa nacional. A série documental é, portanto, não apenas uma homenagem, mas um documento histórico indispensável.

Danilo Ferriera
Danilo Ferriera abril 22, 2025 AT 05:35

Ela fez o que ninguém fazia: foi onde ninguém queria ir. E falou com quem ninguém escutava. Sem drama, sem exagero. Só verdade.

Alexandre Nunes
Alexandre Nunes abril 22, 2025 AT 09:47

Tudo isso é propaganda da Globo pra esconder que ela só apareceu quando o regime militar caiu. Antes disso, ela era só mais uma que não questionava nada. Essa série é lavagem cerebral com direito a música emocionante e filhos chorando.

Luciano Oliveira Daniel
Luciano Oliveira Daniel abril 24, 2025 AT 04:00

Alguém já reparou que ela foi a primeira mulher negra a fazer reportagem internacional na TV aberta? Isso não é só mérito, é revolução. E os que dizem que ela só foi beneficiada por cotas estão enganados. Ela conquistou cada centímetro com suor, inteligência e coragem. Se você não entende isso, é porque nunca viu o que ela fez.

Francis Li
Francis Li abril 25, 2025 AT 01:00

A estrutura narrativa da série opera como um metanarrativo do jornalismo pós-colonial, reconfigurando a epistemologia da mídia hegemônica por meio da subjetividade da jornalista negra como agente de discurso. A intertextualidade com os depoimentos de Emicida e Mano Brown opera como uma ponte discursiva entre o mainstream e o contracultura midiática.

Willian Wendos
Willian Wendos abril 26, 2025 AT 20:24

É curioso como a história da Glória é a história da própria TV brasileira: ela cresceu junto com o país, e o país só começou a enxergar sua força quando ela já estava lá, há décadas. A gente não valoriza o que está ao lado até ele sumir.

Mauro Cabral
Mauro Cabral abril 28, 2025 AT 08:33

Ah, claro. Outra série da Globo para canonizar uma jornalista enquanto mantém a estrutura racista e patriarcal intacta. Que lindo, né? Ela foi a única que conseguiu escapar do sistema... enquanto o resto da equipe continuava no mesmo lugar. A homenagem é bonitinha, mas o sistema continua igual.

Pedro Cardoso
Pedro Cardoso abril 30, 2025 AT 04:47

Glória Maria foi uma das poucas que manteve a integridade profissional em meio à pressão da mídia. Ela nunca deixou de ser jornalista, mesmo quando o público queria apenas entretenimento. Isso é raro. E merece ser lembrado, não só celebrado.

Yael -
Yael - maio 2, 2025 AT 00:18

Eu lembro quando ela fez aquela reportagem no interior da Bahia, com as mulheres que tinham que andar 12km pra pegar água... eu tinha 8 anos e fiquei em silêncio por 20 minutos... e nunca mais vi a TV da mesma forma...!!??!!

Joarez Miranda
Joarez Miranda maio 3, 2025 AT 07:00

Essa série vai ser um presente pra quem cresceu com ela e pra quem ainda vai descobrir. Ela não só contou histórias, ela fez a gente sentir. E isso é raro. 🙏

Preta Petit
Preta Petit maio 4, 2025 AT 15:34

não acho que ela foi tao importante assim... a globo so ta fazendo isso pq ta na moda falar de diversidade... e ela ta morta agora entao fica mais facil...

Heitor Melo
Heitor Melo maio 4, 2025 AT 23:03

Lembro de ver ela na TV com minha avó. Ela nunca falava muito, mas quando Glória aparecia, ela ficava parada. Dizia que era a única que falava como se fosse gente de verdade. Nunca esqueci isso.

VICTOR muniz
VICTOR muniz maio 6, 2025 AT 12:50

Essa série é só mais um truque da Globo pra se parecer progressista enquanto continua financiando políticos que oprimem quem ela retrata. Glória foi boa, mas o sistema não mudou. Eles só querem usar o nome dela pra vender

Camila Undurraga
Camila Undurraga maio 6, 2025 AT 19:03

Ela abriu portas. Não por favor. Por direito. E não foi fácil. Ninguém que não passou por isso pode falar que foi sorte. Ela foi a primeira, e fez tudo sozinha. Isso merece respeito, não só memes.

gabriel miranda da silva
gabriel miranda da silva maio 8, 2025 AT 15:42

gloria maria foi a primeira a mostrar que negra pode ser jornalista e nao so modelo de passarela... e isso conta... muito...

Bruno Bê
Bruno Bê maio 9, 2025 AT 07:44

É fascinante como a mídia constrói mitos para disfarçar a falta de verdadeira mudança estrutural. Glória Maria foi exceção, não regra. E a Globo sabe disso. A homenagem é um espetáculo de hipocrisia: celebram uma mulher negra, enquanto mantêm 98% dos cargos de liderança nas mãos de homens brancos. A série não é um legado. É uma cortina de fumaça.

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